Thursday, November 30, 2006

À conta do mau feitio

Acordei, stressada como sempre e stressada saí de casa. A correr, antecipando todos os contratempos que atrasariam o meu caminho. O trânsito, as voltinhas que tinha de dar antes de chegar ao trabalho, o estacionamento do carro, essa tarefa impossível a partir do momento em que os bolsos nacionais recebem o subsídio de Natal... Com a baixa ali tão perto.

Saí de barriga vazia, ainda sem fumar aquele cigarro que me concilia com o Mundo. Cheguei ao Centro Comercial, espaço que abomino e evito, e dirigi-me à loja da TMN ainda sem confortar o estômago ou fumar o cigarro da paz. A pobre alma que me atendeu terá tido problemas técnicos para satisfazer o meu pedido. Deixou-me à seca 15 minutos e disse-me no final que nada podia fazer por mim. Teria de voltar lá amanhã. Colei-me ao tecto, deitei fumo pelos olhos e fui tão, mas tão ranhosa com o rapaz...

Voltei às lojas, dei mais uma volta. Comi, fumei... e cheguei à conclusão que tinha sido mesmo insuportável com o rapaz da TMN. Corri para fazer o que tinha a fazer e voltei à loja para lhe pedir desculpa. Assustou-se mal me viu. Descansei-o: "Venho só pedir-lhe desculpa. Ranhosei consigo... Não o deveria ter feito". A generosidade do desgraçado, ou a lição por demais estudada de que o cliente tem sempre razão, ainda que tenha mau feitio e seja francamente ranhoso, sanou o incidente. Sorriu. "Não tem importância". Vim embora, atrasada e para demorar 15 minutos a estacionar o carro. Secretamente, fui achando que merecia a sorte, à conta do mau feitio.... Cá se fazem, cá se pagam!

Monday, November 27, 2006

Gargalhando à chuva!

Não chegava ser segunda-feira, ainda por cima começámos o dia com chuva insistente e impiedosa. Os comuns mortais, como eu, haviam de ir calcorreando o caminho pensando menos mal que esta até é uma semana pequenina e fofa. O argumento servia para minimizar o desconforto da água e da gincana feita para sair da estação de Metro. Pois cruzei-me com um ser que, indiferente à chuva que lhe caía em cima, ia gargalhando. Feliz! Levantei os olhos para o velhote, incrédula! A verdade é que gargalhava alegremente à chuva. Sabedoria da idade ou não, o senhor parecia estar muito bem com a vidinha! Belo começo de semana... Afinal, o que são umas gotas de chuva em cima da mona!!!!

Friday, November 24, 2006

No tempo da carochinha

Recordem lá estes pedaços incontornáveis da nossa infância... O tempo em que a voz-off dos anúncios tinha sempre aquele timbre de "palha para boi dormir"...

Thursday, November 23, 2006

Suspeito

Suspeito e nem sequer sofro da síndrome da teoria da conspiração que há qualquer coisa errada com as consultas do meu perfil aqui no Blog. Passo a explicar: tem aumentado a quantidade de gente supostamente interessada em saber quem sou... Mas este súbito interesse cinge-se a determinados dias, em que o número de curiosos aumenta sempre em múltiplos de oito. De zero, passaram a oito, de oito a 16 e de 16 a 32... Arrisco: um destes dias terei 64 consultas. A ver vamos?

Entretanto constipei-me à conta da maldição dos tempos modernos. Além das pragas que rogo de hora a hora aos engenheiros, já tenho matéria legal para pedir uma indemnização... Aguardem-me ;)

Tuesday, November 21, 2006

Maldição dos tempos modernos

O ar condicionado... Que fúria, estou farta de ameaçar o engenheiro supostamente responsável pela geringonça. Maldito! A tarefa não é fácil, diga-se em abono da verdade. Conciliar a sensibilidade térmica de mais do que cinco almas exige mão de ferro ou, em alternativa politicamente correcta, bom senso (sensibilidade, também). Passo as tardes a destilar e vou despindo-me ao correr das horas... Está calor, só porque há infelizes que acham que 23º é muito frio... Poupem-me ou tragam-me uma ventoinha! A paranóia vem de longe e explica a razão pela qual os aparelhos malditos chegaram aos 28 graus em pleno pico do Verão!

Não há causas pelo fim da tecla “Caps Lock” nos PC's? E uma na forja pelo fim do "insert"? Ora, eu sou pelo fim do Ar Condicionado nos locais de trabalho ou por uma geração salvadora de engenheiros sensatos (desculpem-me os engenheiros, mas que lhes estou com pó, estou!)

Thursday, November 16, 2006

Desinspiração!

Pois é, não há inspiração que me valha por estes dias... Nada, zero, niente... Não que tenha leitores assíduos, mas achei que devia vir dizer o que qualquer alma sabe: há dias e fases assim. Desinspiradas e vazias, apesar de não menos felizes. Estou feliz!

Friday, November 10, 2006

Propaganda!

"Os camionistas são simpáticos". Tive a oportunidade de ser receptora da mensagem, ontem, na Rua Fernando Tomás, no Porto, à passagem de um camião TIR. O autocolante com letras garrafais e as cores da bandeira nacional fazia ostensivamente propaganda a esse traço do perfil dos camionistas que todos tão bem conhecemos: a simpatia! Digo eu, se o fossem não tinham de se preocupar em vender a imagem, certo?

Tuesday, November 07, 2006

Tempo de lei

Por que tenho eu de sair de casa sem ver a minha filha acordada? Tenho tudo para começar mal o dia, não me chega espreitá-la a dormir. Falta-me o sorriso dela, o abraço apertado, o dedo a apontar para qualquer urgência que determine... Raios!

Apelam à natalidade num país envelhecido e por isso comprometido. Quererão os governantes que nos limitemos a procriar, sem que tenhamos tempo para estar com os nossos filhos. É de tempo que se trata e recuso-me a falar da qualidade(quero crer que todos os minutos que temos com os nossos filhos são de qualidade... basta que existam). Reduzem o horário de um dos pais durante um ano, e acham que basta. Não chega, não basta... Deixam as mães ficar em casa durante cinco meses e só quem não entrega um bebé de cinco meses nas mãos de outra pessoa para o criar é acha que está bem assim... Não está, não chega!

Não quero outro país ou outro povo que não o nosso. Mas é nestas alturas que suspiro por civilização e pelo privilégio de poder sair de casa com o calor do abraço da minha filha.
Hoje, não é um bom dia neste jardim!

Monday, November 06, 2006

Lapsos e incorrecções! Não há pachorra!

Continua o enredo de lapsos e incorrecções nas ligações entre a F9 Consulting e o Ministério das Obras Públicas. Primeiro, a confusão gerou-se em relação ao despacho de nomeação de Vasco Gueifão. Afinal, não foi "requisitado" à empresa de consultadoria encarregada de fazer os estudos sobre o fim das SCUT... O despacho rectificativo até já foi assinado, encontrando-se à espera de publicação no Diário da República. Louve-se a rapidez rectificativa...

Agora, o novo lapso diz respeito à experiência da dita empresa. É que segundo a parceria assinada com a Águas de Portugal, em Janeiro de 2001, a F9 Consulting seria "uma empresa com experiência relevante no sector da água e do ambiente em geral"... Até podia ser verdade, se a empresa não tivesse sido constituída no mesmo mês em que foi assinada a parceria e se Mário Lino e Paulo Campos não tivessem, na altura, nas Águas de Portugal. Parece que a parceria vem de longe.

Cheira a esturro. Pois cheira! É que à mulher de César não chega ser séria. Tem de parecê-lo! E estes senhores há muito que deixaram de parecer sérios.

Friday, November 03, 2006

Ilusão cívica

Estação de Campanhã, Porto (não há dúvida que isto de andar de transportes públicos dá pano para mangas). Depois das últimas obras, a CP, a Refer ou quem de direito reformou os caixotes do lixo da estação. Num acto cívico e de apelo ao civismo, os caixotes passaram a ter quatro entradas para que os que passam façam a separação do lixo. Estilizados e engraçadinhos, lá identificam por cores e desenhos os respectivos locais para se colocar o plástico, o papel, o vidro e o lixo orgânico. Perfeito!

Seria perfeito, pois, se cada um dos separadores não desse para o mesmo saco do lixo. Se a ideia é treinar o transeunte, tipo chimpanzé, para a árdua tarefa de separar o lixo, pronto, está alcançado o objectivo. Agora que dirão as criancinhas que aprendem na escola a separar o lixo, são instruídas para passar a mensagem em casa e bombardeadas por anúncios apelativos na televisão? Talvez a CP tenha confiado na falta de perspicácia de quem passa a correr para apanhar o comboio que os leva à vidinha.

E isto é civismo à portuguesa!

Thursday, November 02, 2006

Clube VIP

Hoje é dia de lembrar os fiés defuntos. Vamos lá desbravar o dito dia, hoje calendarizado, apesar de ontem celebrado. Esta coisa de haver dias marcados para se fazer/sentir coisas sempre me arrepiou. Hoje, porque o calendário assim o assinalada, devemos lembrar-nos dos que morreram... Nos outros dias, não? E não devemos limitar-nos à recordação, devemos torná-la pública e notória, numa romaria nada espontânea aos cemitérios.

Arrepio-me, pois. Eu lembro-me todos os dias dos que gosto e já não estão cá, eu vou ao cemitério quando me apetece, num acto íntimo, meu, só meu. Recuso partilhar ou sentir-me socialmente pressionada para o fazer. Ontem, vestiram-se as melhores fatiotas, famílias inteiras fizeram a chamada para ver quais entre eles faltaram à peregrinação anual! Porque tem de ser, escrutinam-se sentimentos pela mera ritualização.

Ah, e só mais uma coisa. Hoje é dia de lembrar os fiéis defuntos. Pergunto eu, os que não eram fiés católicos devem continuar esquecidos? Mais um restritivo clube VIP, sob o sempre nobre e impoluto patrocínio da Igreja Católica!

Sem mais.