Monday, March 19, 2007

Cretinice humana

Tinha oito anos, a minha mãe foi buscar-me ao colégio mais cedo. Era o Dia do Pai e o meu tinha morrido há menos de um mês. Fomos ao cemitério para eu lhe levar uma flor, mas o porteiro não nos deixou entrar - passava um minuto da hora. A minha mãe explicou uma e outra vez, num dos poucos esforços verdadeiramente maternais de que me lembro. Nada feito. Fiquei à porta. Nesse dia, descobri a imensa estupidez e cretinice humana. Foi há 23 anos.

Tuesday, March 13, 2007

"Um frango"

Sábado. À porta do supermercado, um romeno sentado no chão com as pernas cruzadas à chinês compõe a já gasta imagem e vai pedindo dinheiro a quem passa. Olho para ele, mas arrependo-me logo de ter olhado! Raios...
Tento a indiferença: "Não tenho nada para lhe dar"... Emendo a mão logo a seguir: "Quer que lhe traga alguma coisa lá de dentro?", pergunto, à espera da resposta do costume (pão/bolachas/arroz/massa). Resposta na ponta da língua, sem direito a revirar de olhos: "Um frango". Não trocamos mais palavras. À saída, eu dei-lhe o frango, ele agradeceu.

Thursday, March 08, 2007

Não foi, mas podia ter sido Impulse

Não uso Impulse, mas hoje, depois de ter descido as escadas da Estação de Campanhã, um desconhecido ofereceu-me uma flor... "Pelo Dia Mundial da Mulher", explicouo cabecilha do trio (um homem, certamente alguém da administração da CP, um fotógrafo e um "fardado" da empresa)... Haverá melhor dia para acções de marketing dirigido?

Monday, March 05, 2007

A incongruente vidinha de mãe!

Cria doente, mamã em casa para cuidar de tudo! Foi assim na semana passada, de segunda a sexta-feira. Cuidei da M. todo o santo dia e todos os dias desesperei com as diabruras... Desesperei, maldisse a vidinha, não tenho feitio para ficar em casa, blá, blá, blá... Raio da miúda que chora e não dorme, ri e não dorme, quer brincadeira e resiste… ao sono! Lembrei a razão pela qual voltei a fumar depois da minha filha ter nascido: ela desespera-me!!! Tive vontade de fumar todos os cigarros do Mundo! A partir de quarta-feira a coisa compôs-se, mais ou menos! Afinal, a grande sou eu, eu é que sei da vida (ou disfarço melhor)!!! Depois chegou domingo e a tristeza por ter de deixar novamente a M. para voltar à vida de todos os dias, para voltar a vê-la só ao fim da tarde, a amargura de não ter aproveitado todos os momentos, as saudades antecipadas dos beijos e dos abraços que ela já me sabe dar. Raios!!! Incongruências de um grande amor, só pode... Daqueles amores que são para a vida, daqueles que resistem mesmo quando desesperam, daqueles que nos trazem arrependimento só por pensarmos quanto nos desesperam. E eu que evito por método arrepender-me seja do que for… Em resumo, estou de volta!